Boa noite, pessoal!
Em setembro (26) vocês
acompanharam uma postagem que fizemos sobre a confecção de plano de aula para
fins de utilização de histórias em quadrinhos (HQs) no processo de ensino
aprendizagem.
Hoje voltamos a falar um pouco
sobre o uso de HQs como forma de incrementar os mecanismos educativos e, para
tanto, fizemos uma síntese do artigo: A Contribuição das Histórias em
Quadrinhos de Super-Heróis para a Formação de Leitores Críticos, de Rafael
Laytynher Silva.
Iniciando por um apanhado
histórico, o autor desenvolve sua ideia mostrando que as histórias em
quadrinhos não seriam “tão inocentes” quanto parecem. Por trás do que está
expresso em grande parte delas, na composição dos personagens, existem
simbolismos, ideologias capazes de estimular o leitor à prática da leitura
crítica através da busca pelo conhecimento dessas mensagens.
Após conceituar herói,
super-herói (figuras com ética exemplar) e anti-herói (antiético), Rafael Silva
fala sobre os já conhecidos heróis: Batman,
Superman e Justiceiro. Todos, na
visão do autor, foram criados com intenções pré-definidas, que ultrapassam a
singeleza de um simples passatempo. O próprio contexto histórico, quando do
lançamento de cada um deles, influenciou a formação dos personagens. Tomando o Superman como exemplo, que já chega à
Terra com o viés messiânico de evitar que a mesma seja destruída, temos um
herói que surge exatamente no período pré-guerra, onde já se conheciam as
ideologias disseminadas por Adolf Hitler. Sem falar no fator esperança,
promovido pelo conhecido Homem de Aço, oportunamente aparecido em um EUA ainda
profundamente abalado pela conhecida Grande Depressão.
Em tempo, Rafael reforça a
necessidade de termos alunos capazes de entender os códigos textuais, o que
transcende a mera decodificação das letras. Se são formados sem esta
habilidade, certamente os discentes terão sérias dificuldades futuras,
decorrentes do não entendimento de textos. Para que isto não ocorra, o ensino
da leitura deve levar em consideração “a interação social e o desenvolvimento
da capacidade de reflexão e de crítica”. Isto só é possível se a leitura contemplar
o cotidiano dos alunos, e não textos fora do contexto.
Não obstante, o estudo relata que
vários autores acreditam no potencial das histórias em quadrinhos como forma de
incentivo e preparo para leituras mais robustas. Desta forma, Rafael Silva reitera
que o uso de HQ, além de fomentar o interesse pela leitura, converge para o
aprimoramento da leitura crítica, mormente se for direcionada ao conhecimento
das ideologias presentes na composição dos super-heróis e de suas histórias. O
simples fato de inserir as HQ em seu planejamento, pode conferir aos
professores uma maior a aceitação da aula, dada a sedução que as histórias
possuem.
Por fim, o autor deixa claro que essa
abordagem é apenas uma das muitas maneiras de se incentivar a prática da
leitura crítica dos alunos. Evidentemente, as aplicações didáticas da ferramenta
carecem de mais pesquisas com o fito de contribuir na formação do leitor, bem
como na elaboração de material para professores em sua prática docente.
Referência: SILVA, RAFAEL LAYTYNHER. A Contribuição das Histórias em Quadrinhos de Super-Heróis
para a Formação de Leitores Críticos. Revista Anagrama, São Paulo, ano 5, ed. 1, setembro-novembro de 2011. Disponível em: http://www.usp.br/anagrama/SilvaLaytynher_hqleituracritica.pdf. Acesso em: 11/11/2017
A Equipe
Ana Clara
Esmeralda
Janaína
Josué
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